PROGRAMA BALANÇO GERAL EXIBIDO NOS DIAS 26 E 27/01/2009 "CIDADE FANTASMA" Lamento afirmar que a matéria tenha sido de péssima qualidade, tendo em vista a falta de informação de quem a fez, acrescida de inverdades de pessoas que participaram e de abusos em relação à propriedades, pois esta é garantida pela Constituição Federal (a inviolabilidade). Imagine-se proprietário de um bem e ver pela TV alguém entrando nele sem permissão ou só não o fazendo por motivo alheio a vontade do invasor como mostram as imagens da casa com porta de tela e outra com cadeado. Com certeza que causa estranheza ao visitante de deparar com casas preservadas, igreja, cemitério e ninguém para dizer porque tudo está vazio. · E uma visão parecida com Zimbabue, Kiribati e outras intrigantes. · Nem por isso para maior sensacionalismo criar situações improváveis. · Caberia uma retratação. · Quantos erros? 1) A cidades teria começado com 4 famílias. Resposta: Quando e quais fontes de informações? 2) A cidade chegou a ter 500 famílias. Resposta: Quando, se nunca passou de 50 famílias. 3) Cadeia feita de madeira proporcionando fugas pelo assoalho. Resposta: As 2 cadeias, a antiga e a atual, foram construídas de alvenaria e chão de concreto. O subdelegado mantinha algum exaltado até passar a euforia. 4) A última moradora não fugiu da ilha, não se chamava Diva, nem morava na casa mostrada. 5) Maioria de crianças enterradas. Resposta: Pode uma cova permanecer na mesma altura passados tantos anos? 6) Trilha com cheiro de sangue!!! Resposta: Que narina é essa! Vou lá com frequência e nunca percebi. A lógica: No caso do cemitério, sabendo-se que tem cerca de 300 anos, com covas superpostas e devido as intempéries, pois é notório que o local é de grande precipitação pluviométrica, talvez a maior do Brasil, é natural que os sedimentos se acomodem nivelando e reduzindo tanto uma cova de adulto ou de criança, parecendo todas iguais. Porque flores e velas? Faz, pouco mais de 2 meses do Dia de Finados, ocasião em que os túmulos são visitados por seus familiares. Casas preservadas, quintais limpos, trilhas limpas, é mágica ou alguém cuida? A verdade é que semanalmente há famílias ali, inclusive a minha por duas semanas seguidas, sendo o último dia de permanência, 3 dias antes dessa gravação. ARARAPIRA · Trata-se realmente de um dos primeiros povoados do Brasil. · Levando-se em conta que Cananéia é o primeiro povoado (1502), não seria tão incerto dizer que Ararapira poderá ser o segundo povoado do Brasil. · Desenvolveu-se ali uma vila com infraestrutura próxima a de Cananéia, com serviço de Correio, posto de saúde, clube, destacamento policial, luz elétrica nas décadas de 50/60 (gerada a diesel), Cartório de Registro Civil (atualmente em Antonina). Possuía 8 casas de comércio, sendo uma de exportação de grãos. · Seu porto movimentado com os vapores vindos do Rio de Janeiro, trazendo utensílios domésticos e agrícolas, temperos, tecidos provenientes da Europa. No retorno levavam os produtos regionais. · Povo de índole pacífica e acolhedora. · O povoado recebia os moradores do entorno: Lages, Morretinho, Praia do Meio (Marujá), Saco da Baleia (Enseada), Barra do Ararapira, Varadouro, etc., trazendo seus produtos a serem comercializados e abastecendo-se de outros. · O local era também conhecido pelas festas e torneios de futebol, no qual somente empregavam as regras em inglês. Não usavam-se as expressões: lateral, escanteio, central, impedido, etc, e sim os termos correspondentes em inglês. · Carnaval (entrudo), com blocos, rei momo, princesas, etc. · Festa de São José até nos dias atuais acontece no mês de março onde comparecem cerca de 250 a 300 pessoas ex residentes do local e vizinhos. Sou natural de Ararapira razão pela qual me sinto invadido e desrespeitado. O aviso: "Respeite os nossos mortos e os vivos". Os mortos são os meus, os nossos antepassados e os vivos são os proprietários que ali mantém suas casas conservadas para ocupá-las e sentirem a paz e tranquilidade que o local oferece. Depois do desabafo, ainda coloco-me a disposição para qualquer informação. Assinado: José Zózimo Pereira Júnior. Cananéia, 27 de janeiro de 2009. |